A VOZ DO SILÊNCIO E DA SOLIDÃO IMENSA..


A pessoa que sou é única, limitada a um nascer e a um morrer, presente a si mesma e que só à sua face é verdadeira, é autêntica, decide em verdade a autenticidade de tudo quanto realizar. Assim a sua solidão, que persiste sempre talvez como pano de fundo em toda a comunicação, em toda a comunhão, não é 'isolamento'. Porque o isolamento implica um corte com os outros; a solidão implica apenas que toda a voz que a exprima não é puramente uma voz da rua, mas uma voz que ressoa no silêncio final, uma voz que fala do mais fundo de si, que está certa entre os homens como em face do homem só. O isolamento corta com os homens: a solidão não corta com o homem. A voz da solidão difere da voz fácil da fraternidade fácil em ser mais profunda e em estar prevenida.

Vergílio Ferreira

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A Distinção Tem um Código...

Zeca Afonso-Traz Outro Amigo Também

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Sim,sim,já temos ceu azul...e a vós falta-vos tudo

Que lindo sábado de sol...

Pensar o país...o texto mais explicito alguma vez escrito sobre nós em particular e os outros em geral- oseuropeus...





Pensar o meu país. De repente toda a gente se pôs a um canto a meditar o país. Nunca o tínhamos pensado, pensáramos apenas os que o governavam sem pensar. E de súbito foi isto. Mas para se chegar ao país tem de se atravessar o espesso nevoeiro da mediocralhada que o infestou. Será que a democracia exige a mediocridade? Mas os povos civilizados dizem que não. Nós é que temos um estilo de ser medíocres. Não é questão de se ser ignorante, incompetente e tudo o mais que se pode acrescentar ao estado em bruto. Não é questão de se ser estúpido. Temos saber, temos inteligência. A questão é só a do equilíbrio e harmonia, a questão é a do bom senso. Há um modo profundo de se ser que fica vivo por baixo de todas as cataplasmas de verniz que se lhe aplicarem. Há um modo de se ser grosseiro, sem ao menos se ter o rasgo de assumir a grosseria. E o resultado é o ridículo, a fífia, a «fuga do pé para o chinelo». O Espanhol é um «bárbaro», mas assume a barbaridade. Nós somos uns campónios com a obsessão de parecermos civilizados. O Francês é um ser artificioso, mas que vive dentro do artifício. O Alemão é uma broca ou um parafuso, mas que tem o feitio de uma broca ou de um parafuso. O Italiano é um histérico, mas que se investe da sua condição no parlapatar barato, na gritaria. O Inglês é um sujeito grave de coco, mas que assume a gravidade e o ridículo que vier nela. Nós somos sobretudo ridículos porque o não queremos parecer. A politiqueirada portuguesa é uma gentalha execranda, parlapatona, intriguista, charlatã, exibicionista, fanfarrona, de um empertigamento patarreco — e tocante de candura. Deus. É pois isto a democracia?
Vergílio Ferreira, in ‘Conta-Corrente 2′

Poder sem Futuro...tem quase 220 anos este texto mas encaixa que nem uma luva nos dias que correm...


Quando se considera que o produto do trabalho e das luzes de trinta ou quarenta séculos foi entregar trezentos milhões de homens espalhados pelo globo a cerca de trinta déspotas, a maioria ignorante e imbecil, cada um dos quais é governado por três ou quatro celerados às vezes estúpidos, o que pensar da humanidade e o que dela esperar no futuro?

Sébastien-Roch Chamfort, in ‘Pensamentos, Máximas e Anedotas’

MNDR - Cut Me Out

Munk - Rue de Rome

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

A Carraça em rigoroso exclusivo entrevista um português piegas de Massamá...

CARRAÇA  - Então senhor Piegas Mamadu Lostra diga-nos é piegas desde quando?


FOTO RECENTE DE MAMADU PIEGAS



Mamudu Piegas - Bem quer dizer sou desde que me filiei no PSD nem queira saber aquilo foi horrível..snif snif...buuuuaaaaá!!!aI..AI...Olhe acho que esta entrevista vai correr mal..ai vai vai...

CARRAÇA - Tenha calma homem ..controle-se deixe de sr piegas...mas dizia então que começou a ser piegas...


Mamadu Lostra - Bem foi como lhe disse aconteceu a quando da filiação...o senhor nem sabe ..ameaçaram-me logo com a oferta de lugares de administração em lixeiras municipais ou etares...horrível..e depois como eu não disse nada tunga atiraram-me contra a parede
e disseram-me ou aceitas ser nosso líder ou levas..e eu claro aceitei..mas disse logo olhem que eu nada sei sobre liderança nem falar sei...ao que eles retorquíram que não interessava ..que eu tinha perfil e patati patatá´...olhe encostaram-me á parede e eu que tremia como varas verdes tive de aceitar ...a minha vida está um caos desde então..veja lá que tenho de ir de Audi com chofer almoçar no Tavares e ainda ir ao talho do porco preto e da vitela barrosã..ai a minha vida mas olhe tenho de ir embora a tenho  manicure  marcado para daqui a quinze minutos..ai..ai isto vai correr mal..ai vai vai...



 ESTA REPORTAGEM TEVE O PATROCÍNIO DA FARINHA AMPARO

JORNALISTA ZÉ ZÉ PIEGAS VAI COM AS OUTRAS CHORA CASCAS

MEADLY SONORA MATANCERA

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Já agora...salta-me à bufa...

CINE CARRAÇA CLÁSSICOS...O enígma de Kaspar Hauser ....


SINOPSE

O filme reflete sobre a influência da linguagem e do histórico cultural na percepção da realidade. Isto é, as coisas que aprendemos (gramática, lógica matemática, religião, conhecimentos históricos, comportamentos culturais e etc) afetam a nossa capacidade de compreender os fenômenos que nos circundam. Isto acontece pois, ao associarmos uma idéia a uma palavra ou a uma imagem, estamos limitando o significado da idéia em função de uma definição restrita. As idéias passam a expressar só o que as palavras e imagens conseguem expressar, e não sua abrangência original (antes de serem aprisionadas por palavras e imagens). É como se as idéias fossem coloridas, mas nós só conseguíssemos expressá-las em preto e branco, sacrificando sua integridade original.O filme relativiza a situação de Kaspar Hauser: estará ele num déficit intelectual para com a sociedade, já que não teve a oportunidade de aprender sobre o mundo e amadurecer conceitos em sua mente? Ou terá ele uma percepção mais aguçada da realidade, pelo fato de não ter limitado suas idéias a palavras e imagens que sacrificam o sentido dos conceitos? Ouvirá ele os "gritos amedrontadores" que nós não ouvimos? Seja como for, ele é incompreendido pela sociedade, que enxerga nele uma anormalidade, tentando até procurar em seu cérebro (após sua morte) uma resposta neurológica para sua condição

Nick Cave & The Bad Seeds - The Weeping Song ..a cantar no Carnaval e dias seguintes...