A VOZ DO SILÊNCIO E DA SOLIDÃO IMENSA..


A pessoa que sou é única, limitada a um nascer e a um morrer, presente a si mesma e que só à sua face é verdadeira, é autêntica, decide em verdade a autenticidade de tudo quanto realizar. Assim a sua solidão, que persiste sempre talvez como pano de fundo em toda a comunicação, em toda a comunhão, não é 'isolamento'. Porque o isolamento implica um corte com os outros; a solidão implica apenas que toda a voz que a exprima não é puramente uma voz da rua, mas uma voz que ressoa no silêncio final, uma voz que fala do mais fundo de si, que está certa entre os homens como em face do homem só. O isolamento corta com os homens: a solidão não corta com o homem. A voz da solidão difere da voz fácil da fraternidade fácil em ser mais profunda e em estar prevenida.

Vergílio Ferreira

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A Distinção Tem um Código...

Zeca Afonso-Traz Outro Amigo Também

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Correio Sentimental-Drª Maria José

Correio Sentimental
Drª Maria José






"DrªMaria José,

Não percebo isto,mas a moça do Carraça que aparece com a arma apontada dá-me uma moca do caraças.
Tenho atado as mãos atrás das costas ,mas esta solução tem que ser evidentemente provisória.

Que me
aconselha para resolver este chato problema Drª?

Melhores cumprimentos


Magalhães Fresquinho "

Pois olhe,Magalhães, só agora lhe posso responder à sua pungente questão...Pois hoje foi dia de grande azáfama, tudo por causa dos meus craveiros que precisavam urgentemente de ser convenientemente adubados. E as flores,amigo, têm de ser tratadas como gente que quase são...Não fosse a parva da lolita Generosa e hoje a minha vida teria corrido bem. Pois resolveu deixar-me cá o Piloto enquanto foi prá gandaia.É que daqui da Rinchoa a Sintra era um saltinho e tinha ido apanhar os cagalhões de cavalo às charretes de Sintra, só que não podia levar o Piloto no comboio, assim pus-me a caminho na motorizada do Fulgêncio, moço tão rápido na estrada, como de mãos e decisões...E lá fui, meia preta e saia pliçada, a lembrar os tempos do colégio do Ramalhão,uma alcofa e o Piloto ao colo. pois o Fulgêncio lá me meteu na cabeça ir ao Quartel da Ajuda, que o adubo da GNR era muito melhor que o dos cavalos civis...mas percebi logo que a viagem era de várias paragens para ver a paisagem,chegando à Ajuda, a precisar já bastante dela e muito descomposta, se bem que com alguma alegria e rubor nas faces. E lá enchemos a alcofa e voltamos...

Quanto à nossa colaboradora, a Milinha, que está omnipresente na Carraça, esteve-me a dizer que a dita pistola é de chocolate...que não se apoquentasse...E quanto a estar de mãos atadas que não temesse, pois,com mãos é de homem e que sem mãos é uma alegria...
...
Satisfeito? Venha sempre...
Sua, Mizé

2 comentários:

  1. Querida Mizé,
    Olhe que eu fui professora de Português no Ramalhão e não me lembro nada de si. Também foi há muitos anos; ou então na fotografia está muito diferente, querida!
    Tendo sido ou não sua professora, só lhe digo que você tem bastante jeito para escrever e a dar respostas no correio sentimental.
    Quando tiver problemas sentimentais, recorrerei a si, tá?
    Beijo

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  2. Ah,professora...Então foi minha professora de Português e não se lembra de mim...claro,também não se chama Carol,mas eu sou mesmo a Mizé,afilhada do armador José Augusto Antunes da Rebelva.A foto é que não corresponde, pois é a fotografia da minha madrinha tirada no baile de Carnaval de 1948 nas Termas de Vidago...

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