A VOZ DO SILÊNCIO E DA SOLIDÃO IMENSA..


A pessoa que sou é única, limitada a um nascer e a um morrer, presente a si mesma e que só à sua face é verdadeira, é autêntica, decide em verdade a autenticidade de tudo quanto realizar. Assim a sua solidão, que persiste sempre talvez como pano de fundo em toda a comunicação, em toda a comunhão, não é 'isolamento'. Porque o isolamento implica um corte com os outros; a solidão implica apenas que toda a voz que a exprima não é puramente uma voz da rua, mas uma voz que ressoa no silêncio final, uma voz que fala do mais fundo de si, que está certa entre os homens como em face do homem só. O isolamento corta com os homens: a solidão não corta com o homem. A voz da solidão difere da voz fácil da fraternidade fácil em ser mais profunda e em estar prevenida.

Vergílio Ferreira

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A Distinção Tem um Código...

Zeca Afonso-Traz Outro Amigo Também

sábado, 5 de março de 2011

Consultório Sentimental

Num dia de namorados:



Sintra-Roteiro Romântico (off topic)






Foi fantástico que a minha professora de Português do Ramalhão me tenha vindo aqui visitar à "Carraça"...E foi um desfiar de lembranças de juventude passadas naquela casa onde fui muito feliz,onde muito chorei,onde me tornei a mulher que sou.

Dos estudo,propriamente,a saudade não é grande, tirando as aulas de literatura medieval que, dizendo pouco às minhas companheiras,me transportava ao tempo e espaço perdido no fim dos tempos.E entregava-me às cantigas de amigo e de amor...Com um calor que me deixava trémula e extenuada.

Deixemo-nos de romantismos e passemos à vida real que "romantismo,sim mas devagar..." como dizia o poeta, e, seguindo o bom conselho,não de Chevrolet, mas de Piaggio pela Estrada de Sintra...
Pois dessa vez a Generosa não me fintou que levantei-me de madrugada, já que resolvi tirar o dia. De véspera,lá tinha ficado o aviso à minha secretária da Empresa, informando que a CEO se tinha deslocado a Bruxelas a tratar de inadiáveis assuntos, e assim me apresentei toda aperaltada à porta da "Ideal de Colaride" ,marquises,resguardos de banheiras e alumínios lacados de Fulgêncio Lourenço.

Indo a caminho,porém.fui assaltada de estranhos pensamentos. Estaria a proceder bem? Não era propriamente por uma questão de moral e de crença,em que,desde tenra idade a madrinha me tinha educado nos valores de modéstia e temperança,mas um não sei quê, que me perturbava. Mas, adiante,que para a frente é o caminho.
Pena estar a chover que Sintra é fantástica nesta altura,encoberta pela aquela névoa que se vai esbatendo apenas quando chegamos à Cruz Alta ou no caminho para o mar, de Galamares para baixo. Assim sendo,levei uma sombrinha e um casaquinho mais aconchegado, além de me cobrir com um lenço. Deu-me vontade de rir...uma burka...
Pois choveu como varas verdes, apanhei um resfriado daqueles que rezar avés-marias, o Fulgêncio tropeçou e partiu uma perna e apagou-se toda a chama romântica nesse dilúvio de Fevereiro.

Fiquei com pouca vontade para tudo e dei-me uma terrível preguiça para trabalhar, o que não me incomoda pois tenho quem o faça por mim. Fui ficando dias a fio em robe de chambre, meia desgrenhada,qual cocote queirosiana. Olhei-me no espelho e não me vi nele.Ténue sombra de um pesadelo deixado num quarto de sótão.
E,passou tempo,tempo demais.Não respondi aos meus leitores e desiludi.Hoje,acordo numa manhã de sábado gordo, num Carnaval renovado.
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Assim peço desculpa pela minha ausência
Mizé


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