A VOZ DO SILÊNCIO E DA SOLIDÃO IMENSA..


A pessoa que sou é única, limitada a um nascer e a um morrer, presente a si mesma e que só à sua face é verdadeira, é autêntica, decide em verdade a autenticidade de tudo quanto realizar. Assim a sua solidão, que persiste sempre talvez como pano de fundo em toda a comunicação, em toda a comunhão, não é 'isolamento'. Porque o isolamento implica um corte com os outros; a solidão implica apenas que toda a voz que a exprima não é puramente uma voz da rua, mas uma voz que ressoa no silêncio final, uma voz que fala do mais fundo de si, que está certa entre os homens como em face do homem só. O isolamento corta com os homens: a solidão não corta com o homem. A voz da solidão difere da voz fácil da fraternidade fácil em ser mais profunda e em estar prevenida.

Vergílio Ferreira

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sexta-feira, 29 de abril de 2011

OS MACACOS DO FUTURO...OU A REGRESSÃO DARWINIANA....


A afirmação do escritor peruano consta de uma entrevista publicada na edição de hoje do semanário uruguaio Búsqueda, e durante a qual considerou "aterradora" a linguagem usada pelos jovens na internet e nos dispositivos móveis.

"Se escreves assim, é porque falas assim; se falas assim, é porque pensas assim, e se pensas assim, pensas como um macaco. E isso parece-me preocupante. Talvez as pessoas sejam mais felizes assim. Talvez os macacos sejam mais felizes que os seres humanos. Não sei", sublinhou.

"A Internet acabou com a gramática, liquidou-a. De tal forma que se vive numa espécie de barbárie sintética", disse o autor de "Conversa na Catedral".

Sobre a política sul-americana, Vargas Llosa, 75 anos, afirmou que a Argentina é "uma barbárie" e que os Kirchner "são os donos" do país.

Cristina Kirchner é a presidente da Argentina desde dezembro de 2007. Ex-senadora, Cristina Kirchner é viúva do anterior chefe de Estado Néstor Kirchner, que liderou o país entre maio de 2003 e dezembro de 2007.

A Argentina passou de "um país desenvolvido, quanto três quartos do mundo eram subdesenvolvidos, e extraordinariamente culto", para "a barbárie" e "é, potencialmente, o país mais rico do mundo".

Na entrevista, o escritor lamentou também o estado atual do jornalismo, considerando que os jornais diários vivem um momento "difícil".

Deixaram-se contagiar pela vontade que as pessoas têm de se "divertir e entreter", observou.

Situação semelhante atinge as artes plásticas e a literatura, considerou Vargas Llosa, para quem os jovens escritores latino-americanos se "riem às gargalhadas" quando lhes falam "de compromisso literário" e aceitam que a literatura "é uma forma de entretenimento muito elevada".

Reiterando críticas ao fenómeno WikiLeaks, que disse ver "com terror", considerou que "uma boa parte da catástrofe eleitoral no Peru se deveu a conexões entre os cabos da embaixada dos Estados Unidos em Lima e os do Departamento de Estado em Washington, que favoreceu Humala".

Sobre o Equador, disse esperar que um dia os habitantes da cidade peruana de Piura, no norte do país e próxima da fronteira equatoriana, "ergam uma estátua ao presidente Rafael Correa".

Sobre o romance que mais gostou de ler nos últimos tempos, Vargas Llosa mencionou "Soldados de Salamina", do espanhol Javier Cercas, acrescentando, porém, que lê mais escritores que já morreram do que dos que estão vivos.

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