A VOZ DO SILÊNCIO E DA SOLIDÃO IMENSA..


A pessoa que sou é única, limitada a um nascer e a um morrer, presente a si mesma e que só à sua face é verdadeira, é autêntica, decide em verdade a autenticidade de tudo quanto realizar. Assim a sua solidão, que persiste sempre talvez como pano de fundo em toda a comunicação, em toda a comunhão, não é 'isolamento'. Porque o isolamento implica um corte com os outros; a solidão implica apenas que toda a voz que a exprima não é puramente uma voz da rua, mas uma voz que ressoa no silêncio final, uma voz que fala do mais fundo de si, que está certa entre os homens como em face do homem só. O isolamento corta com os homens: a solidão não corta com o homem. A voz da solidão difere da voz fácil da fraternidade fácil em ser mais profunda e em estar prevenida.

Vergílio Ferreira

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A Distinção Tem um Código...

Zeca Afonso-Traz Outro Amigo Também

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Daltonismo economico..the ends is near....

Paul Krugman
“Portugal não vai conseguir pagar a dívida”

Económico
25/05/11 16:18
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“Se quiser ser realista, a Europa tem de se preparar para aceitar uma redução da dívida”

O Nobel da economia diz que também a Grécia e a Irlanda não serão capazes de pagar as suas dívidas.

“Tornou-se evidente que a Grécia, a Irlanda e Portugal não serão capazes de pagar as suas dívidas na totalidade, embora Espanha talvez se aguente”, escreve Paul Krugman num artigo de opinião do New York Times, publicado hoje pelo i.

O economista arrasa a política seguida pelo Banco Central Europeu, que insiste que a estabilidade da moeda e o equilíbrio orçamental são a resposta a todos os problemas financeiros que os países da Europa atravessam.

“Por trás desta insistência estão algumas fantasias económicas, em particular a da fada da confiança – isto é, a convicção de que cortar na despesa vai de facto criar emprego, porque a austeridade vai criar confiança no sector privado”, escreve Krugman. “Infelizmente, a fada da confiança está a fazer-se rogada e a discussão em torno da melhor maneira de lidar com esta realidade desagradável ameaça tornar a Europa o centro de uma nova crise financeira.”

Para Krugman, as condições do empréstimo à Grécia fizeram com que o país se endividasse demasiado: “Os líderes europeus ofereceram empréstimos de emergência aos países em crise, mas apenas em troca de compromissos com programas de austeridade selvagens, feitos sobretudo de cortes da despesa. A objecção de que estes programas põem em causa os seus próprios objectivos – não só impõem efeitos negativos drásticos à economia, mas ao agravar a recessão reduzem a receita fiscal -, foi ignorada.”

O economista diz que só há uma solução: “Como a fada da confiança até agora ainda não apareceu”, a crise tem-se agravado, “tornando-se evidente que a Grécia, Irlanda e Portugal não serão capazes de pagar as suas dívidas na totalidade”. “Se quiser ser realista, a Europa tem de se preparar para aceitar uma redução da dívida, o que poderá ser feito através da ajuda das economias mais fortes e de perdões parciais impostos aos credores privados, que terão de se contentar com receber menos em troca de receber alguma coisa. Só que realismo é coisa que não parece abundar”, sublinha.

Alemanha e BCE têm-se oposto a esta reestruturação da dívida, pondo em causa o próprio euro.”Se os bancos gregos caírem, a Grécia pode ser forçada a sair do euro – e é fácil ver como isto pode ser a primeira peça de um dominó que se estende a grande parte da Europa. Então que estará o BCE a pensar?”, questiona Krugman.

O Nobel da economia termina o texto com mais uma pergunta: “Estou convencido que isto é apenas falta de coragem para enfrentar o fracasso de uma fantasia. Parece-lhe tolo? Quem é que lhe disse que era o bom senso que governava o mundo?”.





Grécia com 70% de risco de ir à bancarrota
O agravamento da situação política interna na Grécia, a discussão na praça pública de uma reestruturação da dívida e o aviso pelo governo de Atenas que ficará sem liquidez até ao Verão fazem disparar o risco de default
Jorge Nascimento Rodrigues (www.expresso.pt)
12:55 Terça feira, 24 de maio de 2011
O risco de um “evento de crédito” – termo técnico para um default formal da dívida – na Grécia está a levar ao rubro o nervosismo dos investidores na dívida soberana.
O custo dos credit default swaps (cds, seguros financeiros contra o risco de incumprimento de um título) disparou esta manhã de menos de 1482 pontos base para 1641,92 pontos base agora.
A probabilidade de incumprimento, medida pelo monitor da CMA DataVision, chutou o risco para um nível acima de 70,5%, um recorde histórico.
O segundo país com a maior probabilidade de bancarrota, a Venezuela de Hugo Chavez, apresenta uma probabilidade de 51,51%. Uma diferença de quase vinte pontos percentuais.
O agravamento da situação política interna, o aviso pelo governo de Atenas que ficaria sem liquidez até antes do verão e o debate entre responsáveis políticos na praça pública europeia de uma possibilidade de uma reestruturação da dívida (maquilhada ou não) estão a incendiar a situação.
Este agravamento do risco de default ainda não se sente plenamente no mercado secundário, cujas yields das obrigações gregas em todas as maturidades se têm mantido esta manhã abaixo dos valores de fecho de ontem.
Contágio a todo o vapor
A situação grega está, naturalmente, a “contagiar” os outros países da zona euro sob observação dos mercados, potenciando os próprios problemas internos de cada caso: Portugal, Irlanda, Itália e Bélgica. O grupo dos PIIGS (uma sigla irónica que regressou aos comentários e artigos dos especialistas) mais a Bélgica encontram-se entre os países cujo risco de incumprimento mais aumentou hoje durante a manhã, segundo o monitor da CMA DataVision.
A nível dos juros no mercado secundário, segundo a Bloomberg, os títulos mais pressionados são os irlandeses e os portugueses. No caso português, a maturidade mais em foco é a relativa às obrigações do Tesouro a 3 anos, que caminha para um nível próximo dos 12%. Os juros para os títulos gregos a 2 anos mantêm-se acima de 26%.



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