A VOZ DO SILÊNCIO E DA SOLIDÃO IMENSA..


A pessoa que sou é única, limitada a um nascer e a um morrer, presente a si mesma e que só à sua face é verdadeira, é autêntica, decide em verdade a autenticidade de tudo quanto realizar. Assim a sua solidão, que persiste sempre talvez como pano de fundo em toda a comunicação, em toda a comunhão, não é 'isolamento'. Porque o isolamento implica um corte com os outros; a solidão implica apenas que toda a voz que a exprima não é puramente uma voz da rua, mas uma voz que ressoa no silêncio final, uma voz que fala do mais fundo de si, que está certa entre os homens como em face do homem só. O isolamento corta com os homens: a solidão não corta com o homem. A voz da solidão difere da voz fácil da fraternidade fácil em ser mais profunda e em estar prevenida.

Vergílio Ferreira

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A Distinção Tem um Código...

Zeca Afonso-Traz Outro Amigo Também

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Amanhão no conselho de menistros:A Privatização dos Cemitérios

Amanhã na habitual reunião de pim-pam-pum, está na mesa,além da liquidação do resto das empresas a privatização dos cemitérios. 





Já há bastantes interessados e a venda será directa e não requer autorização do tribunal de contas. Esta opreação permitirá ao ministério do gaspar arrecadar a quantia de duzentos mil euros,abatendo assim a dúvida púbica.

Pasquins e outros enganos...

Artur Baptista da Silva
Gostamos de o ouvir...









E é muito mais giro se ele de facto tiver enganado os media.
Só nos fez lembrar a estória dos sheiks do petróleo (Manecas Moseleque,Michel da Costa,Nicha Cabral) no Tavares Rico enganando a Capital, dirigido então pelo José Mensurado que enviou o Roby Amorim para os entrevistar...

domingo, 23 de dezembro de 2012

Lady Gaga - Born This Way Ball: Government Hooker

Miss burra south carolina...

Marcelo Caetano, Conversas em Família (Refere que os políticos também têm consciência...vê-se que não conheceu coelho,portas e gaspar...

DIA DE NATAL.Poema de António Gedeão


DIA DE NATAL


Hoje é dia de ser bom.
É dia de passar a mão pelo rosto das crianças,
de falar e de ouvir com mavioso tom,
de abraçar toda a gente e de oferecer lembranças.
É dia de pensar nos outros – coitadinhos – nos que padecem,
de lhes darmos coragem para poderem continuar a aceitar a sua miséria,
de perdoar aos nossos inimigos, mesmo aos que não merecem,
de meditar sobre a nossa existência, tão efémera e tão séria.

Comove tanta fraternidade universal.
É só abrir o rádio e logo um coro de anjos,
como se de anjos fosse,
numa toada doce,
de violas e banjos,
entoa gravemente um hino ao Criador.
E mal se extinguem os clamores plangentes,
a voz do locutor
anuncia o melhor dos detergentes.

De novo a melopeia inunda a Terra e o Céu
e as vozes crescem num fervor patético.
(Vossa excelência verificou a hora exacta em que o Menino Jesus nasceu?)
Não seja estúpido! Compre imediatamente um relógio de pulso antimagnético.)
Torna-se difícil caminhar nas preciosas ruas.
Toda a gente acotovela, se multiplica em gestos esfuziante,
Todos participam nas alegrias dos outros como se fossem suas
e fazem adeuses enluvados aos bons amigos que passam mais distante.

Nas lojas, na luxúria das montras e dos escaparates,
com subtis requintes de bom gosto e de engenhosa dinâmica,
cintilam, sob o intenso fluxo de milhares de quilovates,
as belas coisas inúteis de plástico, de metal, de vidro e de cerâmica.

Os olhos acorrem, num alvoroço liquefeito,
ao chamamento voluptuoso dos brilhos e das cores.
E como se tudo aquilo nos dissesse directamente respeito,
como se o Céu olhasse para nós e nos cobrisse de bênçãos e favores.

A oratória de Bach embruxa a atmosfera do arruamento.
Adivinha-se uma roupagem diáfana a desembrulhar-se no ar.
E a gente, mesmo sem querer, entra no estabelecimento
e compra – louvado seja o Senhor! – o que nunca tinha pensado comprar.

Mas a maior felicidade é a da gente pequena.
Naquela véspera santa
a sua comoção é tanta, tanta, tanta,
que nem dorme serena.
Cada menino abre um olhinho
na noite incerta
para ver se a aurora já está desperta.
De manhãzinha
salta da cama,
corre à cozinha em pijama.

Ah!!!!!!!

Na branda macieza
da matutina luz
aguarda-o a surpresa
do Menino Jesus.

Jesus,
o doce Jesus,
o mesmo que nasceu na manjedoura,
veio pôr no sapatinho
do Pedrinho
uma metralhadora.

Que alegria
reinou naquela casa em todo o santo dia!
O Pedrinho, estrategicamente escondido atrás das portas,
fuzilava tudo com devastadoras rajadas
e obrigava as criadas
a caírem no chão como se fossem mortas:
tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá.
Já está!
E fazia-as erguer para de novo matá-las.
E até mesmo a mamã e o sisudo papá
fingiam
que caíam
crivados de balas.

Dia de Confraternização Universal,
dia de Amor, de Paz, de Felicidade,
de Sonhos e Venturas.
É dia de Natal.
Paz na Terra aos Homens de Boa Vontade.
Glória a Deus nas Alturas.

António Gedeão

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

A prenda de Natal da Carraça para o sr [c]rato

Cine Carraça Apresenta: Seppuku,dedicado ao sr vitor da Picheleira (era isso que desejavamos que ele fizesse)

s/t

PSY

É ver o paralelismo entre o que hoje se diz dos funcionários públicos e oque se dizia dos judeus..o argumentário é plasmado...


CLÁSSICOS DO CINE CARRAÇA...Notti di Cabiria ( Ultima Scena ) - Federico Fellini


BOM NATAL E BOM ANO NOVO DE 2013...Revolução dos Bichos (Animal Farm) & Até Quando (Gabriel, o Pensador) ...


PASSOS COELHO FALA HOJE NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

CAROS PORTUGUESES, ASSEGURO-VOS QUE NÃO IRÃO TER UM NATAL DE MERDA...

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Feliz Natal...

Poema do Homem Só DE RÓMULO DE CARVALHO ...




Poema do Homem Só

DE RÓMULO DE CARVALHO

Sós,
irremediavelmente sós,
como um astro perdido que arrefece.
Todos passam por nós
e ninguém nos conhece.

Os que passam e os que ficam.
Todos se desconhecem.
Os astros nada explicam:
Arrefecem

Nesta envolvente solidão compacta,
quer se grite ou não se grite,
nenhum dar-se de outro se refracta,
nenhum ser nós se transmite.

Quem sente o meu sentimento
sou eu só, e mais ninguém.
Quem sofre o meu sofrimento
sou eu só, e mais ninguém.
Quem estremece este meu estremecimento
sou eu só, e mais ninguém.

Dão-se os lábios, dão-se os braços
dão-se os olhos, dão-se os dedos,
bocetas de mil segredos
dão-se em pasmados compassos;
dão-se as noites, e dão-se os dias,
dão-se aflitivas esmolas,
abrem-se e dão-se as corolas
breves das carnes macias;
dão-se os nervos, dá-se a vida,
dá-se o sangue gota a gota,
como uma braçada rota
dá-se tudo e nada fica.

Mas este íntimo secreto
que no silêncio concreto,
este oferecer-se de dentro
num esgotamento completo,
este ser-se sem disfarce,
virgem de mal e de bem,
este dar-se, este entregar-se,
descobrir-se, e desflorar-se,
é nosso de mais ninguém.

OS NOVOS REIS MAGOS ....NÃO DÃO ROUBAM TUDO...

Charles Bradley - The World (Is Going Up in Flames) (Live on KEXP)


segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

E por Portugal?

Berlusconi condenado a quatro anos de prisão por fraude fiscal Advogados do antigo governante italiano dizem que estão surpreendidos e já anunciaram que vão apresentar recurso. Berlusconi pensa ser candidato às eleições do próximo ano Prescreveu acusação de corrupção contra Berlusconi Ministério Público pede cinco anos de prisão para Berlusconi O antigo primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, foi condenado a quatro anos de prisão por delito de fraude fiscal num caso de direitos televisivos. O Ministério Público pedia uma pena de três anos e oito meses de prisão, mas o Tribunal Penal de Milão decidiu aplicar uma pena maior. Silvio Berlusconi, de 75 anos, foi igualmente condenado a três anos de proibição do exercício de cargos públicos e ao pagamento de dez milhões de euros. Os advogados do antigo governante afirmam que ficaram surpeendidos com o veredicto e vão recorrer da sentença. Berlusconi só vai para a cadeia se perder este recurso. O ex-primeiro-ministro foi acusado de ter artificialmente aumentado o preço dos direitos de difusão de filmes, comprados a sociedades que lhe pertenciam, quando foram revendidos ao seu império audiovisual Mediaset. Nas alegações finais, o procurador tinha declarado em Junho que os custos de aquisição de filmes pela Mediaset foram "inflacionados" em 285 milhões de euros no período de 1994 a 1998, enquanto este valor foi de 40 milhões de euros entre 2001 e 2003. O grupo terá também constituído "sacos azuis" no estrangeiro e reduzido os lucros em Itália para pagar menos impostos.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

[c]rato diz que só 5000 perderam emprego...

John Cale - Fear Is A Man´s Best Friend (Rockpalast 1983 & 1984)..


Exclusivo Carraça ..Afinal a recessão vai inverter-se em 2012 ficando desse modo assim...OÃSSECER..



Última hora...O subsecretario de estado do sub sub subsecretario de estado das finanças desastrosas AFIRMOU AO JORNAL NOTÍCIAS DA BOSTA QUE A RECESSÃO EM 2013 DARÁ LUGAR A OÃSSECER. "Vamos inverter o ciclo recessivo invertendo a palavra recessão..ah ah ah ah " afirmou mais tarde ao entrar para a viatura que o levaria à Mitra. A CARRAÇA consegui com esforço obter uma foto antes da entrada no carro...

 O sub sub secretario das finanças desastrosas ao entrar para o carro...

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Fortes com os fracos...isso lembra-me qualquer coisa...

Consertação sucial

É pau, e rei de paus, não marmeleiro, 
Bem que duas gamboas lhe lobrigo; 
Dá leite, sem ser árvore de figo, 
Da glande o fruto tem, sem ser sobreiro: 
Verga, e não quebra, como o zambujeiro; 
Oco, qual sabugueiro, tem o embigo; 
Brando às vezes, qual vime, está consigo; 
Outras vezes mais rijo que um pinheiro: 
À roda da raiz produz carqueja: 
Todo o resto do tronco é calvo e nu; 
Nem cedro, nem pau-santo mais negreja! 
Para carvalho ser falta-lhe um u; 
Adivinhem agora que pau seja, 
E quem adivinhar meta-o no cu.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

A formiga no carreiro...



A formiga no carreiro...

A propósito...Um poema do Fernandinho


POEMA EM LINHA RECTA

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.


E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cómico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.


Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...


Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,


Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?


Então sou só eu que é vil e erróneo nesta terra?


Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.