Sintra-Roteiro Romântico (off topic)
Foi fantástico que a minha professora de Português do Ramalhão me tenha vindo aqui visitar à "Carraça"...E foi um desfiar de lembranças de juventude passadas naquela casa onde fui muito feliz,onde muito chorei,onde me tornei a mulher que sou.
Dos estudo,propriamente,a saudade não é grande, tirando as aulas de literatura medieval que, dizendo pouco às minhas companheiras,me transportava ao tempo e espaço perdido no fim dos tempos.E entregava-me às cantigas de amigo e de amor...Com um calor que me deixava trémula e extenuada.
Deixemo-nos de romantismos e passemos à vida real que "romantismo,sim mas devagar..." como dizia o poeta, e, seguindo o bom conselho,não de Chevrolet, mas de Piaggio pela Estrada de Sintra...
Pois dessa vez a Generosa não me fintou que levantei-me de madrugada, já que resolvi tirar o dia. De véspera,lá tinha ficado o aviso à minha secretária da Empresa, informando que a CEO se tinha deslocado a Bruxelas a tratar de inadiáveis assuntos, e assim me apresentei toda aperaltada à porta da "Ideal de Colaride" ,marquises,resguardos de banheiras e alumínios lacados de Fulgêncio Lourenço.
Indo a caminho,porém.fui assaltada de estranhos pensamentos. Estaria a proceder bem? Não era propriamente por uma questão de moral e de crença,em que,desde tenra idade a madrinha me tinha educado nos valores de modéstia e temperança,mas um não sei quê, que me perturbava. Mas, adiante,que para a frente é o caminho.
Pena estar a chover que Sintra é fantástica nesta altura,encoberta pela aquela névoa que se vai esbatendo apenas quando chegamos à Cruz Alta ou no caminho para o mar, de Galamares para baixo. Assim sendo,levei uma sombrinha e um casaquinho mais aconchegado, além de me cobrir com um lenço. Deu-me vontade de rir...uma burka...
Pois choveu como varas verdes, apanhei um resfriado daqueles que rezar avés-marias, o Fulgêncio tropeçou e partiu uma perna e apagou-se toda a chama romântica nesse dilúvio de Fevereiro.
Fiquei com pouca vontade para tudo e dei-me uma terrível preguiça para trabalhar, o que não me incomoda pois tenho quem o faça por mim. Fui ficando dias a fio em robe de chambre, meia desgrenhada,qual cocote queirosiana. Olhei-me no espelho e não me vi nele.Ténue sombra de um pesadelo deixado num quarto de sótão.
E,passou tempo,tempo demais.Não respondi aos meus leitores e desiludi.Hoje,acordo numa manhã de sábado gordo, num Carnaval renovado.
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Assim peço desculpa pela minha ausência
Mizé